sábado, 1 de dezembro de 2012

Priscila a "Rainha do Divórcio"

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Tráfico de sigilo

Advogados famosos de São Paulo são envolvidos em Operação da Polícia Federal que desmontou quadrilha acusada de vender informações sigilosas


Na semana passada, cenas pouco comuns aconteceram em conhecidos escritórios de advocacia de São Paulo. Agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão na sede das bancas e na casa da advogada Priscila Corrêa da Fonseca, conhecida como “Rainha do Divórcio” pelas separações milionárias nas quais atua, e do criminalista José Roberto Leal de Araújo. Também foi alvo a casa do criminalista e cartola Marco Polo Del Nero, vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e presidente da Federação Paulista de Futebol. As apreensões são decorrentes da Operação Durkheim, deflagrada com o objetivo de desbaratar duas quadrilhas, uma que comercializava dados sigilosos e outra que fazia remessas ilegaispara o Exterior. Elas atuavam em cinco Estados e no Distrito Federal. Trinta e três pessoas foram presas, inclusive dez policiais. Entre as 180 vítimas já identificadas constam os nomes do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do ex-ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, e do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot.

Priscila, que chega a cobrar R$ 70 mil reais por uma consulta, não aparece como investigada na lista obtida por ISTOÉ. Mas nos autos da operação, atualmente na 2º Vara Criminal Federal de São Paulo, consta a informação de que o escritório dela “se vale dos serviços das ‘detetives’ Eliane Francisca Pereira e Sueli Ramos de Lira para obter dados sigilosos de pessoas físicas e jurídicas, inclusive, de pessoas que figuram em processos judiciais nos quais atua”. Eliane levantou dados do Imposto de Renda de uma mulher, em processo de divórcio, como revela um e-mail anexado aos autos: “Capricha aí. Esse serviço é conjugal, o objetivo é provar que ela tem como se sustentar financeiramente”. Professora da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Priscila não está no Brasil. Em nota, sua assessoria afirma que “é preciso deixar claro que a operação não investiga as atividades desta banca de advocacia”.
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De Flávio Costa, REVISTA ISTO É

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