domingo, 31 de março de 2013

Encarregado da propaganda, João Santana torna-se o homem forte de Dilma


O jornalista João Santana exerce um papel fundamental no cotidiano do atual governo. Ele é o idealizador da bem-sucedida campanha da reeleição de Lula em 2006 e alquimista com o dom de transformar “postes” em candidatos vitoriosos, feitos notórios na eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República e na condução de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo no ano passado. Ninguém discute sua eficiência na construção da imagem de um postulante a cargo público. Comete um erro fatal quem menospreza sua precisa leitura dos hemisférios invisíveis das massas eleitorais. Santana é capaz de mapear os pontos fracos dos adversários com a precisão de um acupunturista. São habilidades inquestionáveis que ampliaram sua contínua influência na administração Dilma mesmo depois de fechadas as urnas, a ponto de ele ter se tornado um poderoso ministro sem pasta, um conselheiro político sem partido, o estrategista sem gabinete e, mais recentemente, o principal roteirista das ações do governo.


De revista VEJA

Primeiro voo comercial entre Egito e Irã acontece após 34 anos



CAIRO - O primeiro voo comercial entre o Egito e o Irã em 34 anos decolou no sábado, no mais recente passo para normalizar as relações rompidas depois da Revolução Islâmica de 1979.
Egito e Irã concordaram em retomar os voos diretos entre os dois países em outubro de 2010, antes que o presidente Hosni Mubarak fosse expulso do poder, mas nenhum voo aconteceu.
"Um voo da Air Memphis, propriedade do empresário egípcio Rami Lakah, decolou do Cairo para Teerã mais cedo no sábado, levando oito iranianos, incluindo diplomatas," disse um funcionário do aeroporto, acrescentando que a companhia aérea poderá mais tarde, realizar mais viagens turísticas e de negócios entre o Egito e o Irã.
As relações diplomáticas entre Egito e Irã foram rompidas como consequência da revolução islâmica de 1979, em Teerã, quando o governo do Cairo deu abrigo ao Xá deposto.
Mas as relações melhoraram ao longo dos anos, e se tornaram significativamente melhores desde a eleição do islâmico Mohamed Mursi como presidente do Egito, em junho de 2012.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad visitou o Egito em fevereiro, a primeira visita de um líder iraniano em mais de três décadas, e sugeriu uma aliança estratégica com o Egito e ofereceu um empréstimo ao país árabe financeiramente carente.
Mursi visitou o Irã em agosto para participar de uma cúpula internacional onde ele iniciou um comitê de quatro membros que incluía Egito, Turquia, Irã e Arábia Saudita, para discutir maneiras de por um fim à guerra civil da Síria. A Arábia Saudita deixou o grupo mais tarde.

De Yasmine Saleh, agência REUTERS BRASIL

Governo decide prorrogar até o fim do ano IPI reduzido para veículos


O governo confirmou que vai manter a alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e caminhões até 2014, de acordo com nota divulgada agora à noite pelo Ministério da Fazenda. A renúncia fiscal será de R$ 2,2 bilhões de abril a dezembro deste ano. O tributo sobre veículos subiria a partir de amanhã e voltaria à alíquota original em junho. Deste modo, as alíquotas do IPI para carros permanecem no atual patamar até o fim do ano.

“Dando continuidade à política de estímulos ao mercado interno, o governo decidiu prorrogar as atuais alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e caminhões até 31 de dezembro de 2013. O tributo sobre veículos subiria a partir do dia primeiro de abril”, assinala a Fazenda.
De acordo com o comunicado, para os veículos flex e a gasolina de até mil cilindradas, as alíquotas subiriam, a partir da próxima segunda-feira, de 2% para 3,5%, mas com a prorrogação elas serão mantidas em 2%. A alíquota original do IPI para veículos de até mil cilindradas é de 7%.
Já no caso dos carros flex de mil a a 2.000 cilindradas, a alíquota do IPI deveria passar dos atuais 7% para 9% no dia primeiro de abril, enquanto para os veículos a gasolina, de 8% para 10%. Com a decisão, as alíquotas continuarão nos atuais 7% para os veículos flex e 8% para gasolina. O IPI original desse segmento é de 11% para carros flex e 13% para os veículos movidos a gasolina.
Para veículos acima de 2.000 cilindradas, a alíquota permanece inalterada em 25% para os veículos a gasolina e em 18% para os carros flex. Já para caminhões, a alíquota permanece em zero.
Também foi prorrogada a alíquota de 2% de IPI até 31 de dezembro para veículos comerciais leves. A alíquota original nesse segmento é de 8%.


De jornal VALOR ECONÔMICO

sábado, 30 de março de 2013

Assassinato de jovem choca Equador



O brutal estupro e assassinato de uma jovem de 20 anos chocou o Equador e chamou a atenção sobre o problema da violência contra a mulher no país.
O corpo de Karina del Pozo foi encontrado com sinais de golpes na cabeça e de estrangulamento após uma busca de vários dias realizada por seus familiares.
Cinco jovens que participaram de um evento social com Karina na noite do crime estão presos. Segundo depoimentos prestados às autoridades e vazados para a imprensa, acredita-se que três deles tivessem ligação direta com o crime.
O jornal equatoriano El Universal diz que um dos acusados, identificado como Geovanny P., teria dito a seus amigos ''querem ver como se mata uma prostituta?'' e, em seguida, começado a golpear a cabeça da jovem.
O caso teve ampla repercussão, entre outros motivos, por sua ampla difusão pelas redes sociais do país. A família de Karina del Pozo, morta em Quito no dia 20 de fevereiro, tem organizado várias passeatas desde sua morte como forma de protesto e conscientização para o problema da violência contra a mulher no país.
José Luis del Pozo, primo de Karina, acredita que a divulgação do caso pelas redes sociais e pelos meios de comunicação do país foram importantes para chamar a atenção sobre o problema.
''Acreditamos que este caso padrão servirá para que venham à tona outros casos que estão arquivados'', disse, em entrevista à BBC.
Muitos familiares de outras mulheres assassinadas no país aderiram às manifestações; outras estão sendo planejadas para os próximos dias.


De agência BBC BRASIL

Colheita agrícola argentina superará 100 milhões de toneladas, diz relatório


Buenos Aires - A colheita agrícola no período 2012-2013 da Argentina, um dos maiores exportadores mundiais de grãos, deve ultrapassar a barreira de 100 milhões de toneladas, segundo um relatório divulgado nesta sexta-feira pela empresa de consultoria privada Investigaciones Económicas Sectoriales (IES).

De acordo com o relatório, a recuperação da safra após a queda registrada no período 2011-2012 seria obtida graças a melhores condições meteorológicas.


De agência EFE

Chipre detalha perdas para grandes clientes de banco



NICÓSIA - Grandes depositantes do maior banco do Chipre perderão cerca de 60 por cento de suas economias de mais de 100 mil euros, informou o banco central cipriota neste sábado, apontando os termos de um pacote de resgate econômico que tem sacudido bancos europeus, com o objetivo de salvar a ilha da falência.

Os sinais iniciais que apontavam perdas de 30 a 40 por cento por parte dos correntistas do Banco do Chipre a primeira vez na zona do euro que clientes contribuiriam com um plano de resgate já tinham deixado nervosos os investidores nesta semana.

Mas as autoridades publicaram um decreto neste sábado, confirmando reportagem da Reuters de sexta-feira, de que os depositantes receberão ações no banco no valor de apenas 37,5 por cento dos suas economias de mais de 100 mil euros.

O restante do dinheiro pode nunca mais ser devolvido dos valores superiores a 100 mil euros, 22,5 por cento deixarão de render juros, e os restantes 40 por cento continuarão rendendo juros, mas sua liberação dependerá da situação do banco.

O endurecimento dos termos envia um claro sinal de que o pacote de auxílio da União Europeia significa que o Chipre não será mais um centro de transações offshore.

As ruas de Nicósia estavam calmas.

Não há sinais de que correntistas de outros países da zona do euro em dificuldades, como Grécia, Itália e Espanha, poderão ter tratamento semelhante ao do Chipre.

"O Chipre é e será um caso especial", disse o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, um dos arquitetos do plano em resposta à crise da dívida na zona do euro, em uma entrevista ao jornal alemão Bild.

"As cadernetas de poupança da Europa estão seguras", disse.

O presidente cipriota, Nicos Anastasiades, defendeu na sexta-feira o acordo de 10 bilhões de euros, acertado com a UE há cinco dias, dizendo que ele conteria o risco de bancarrota do país.



De Karolina Tagaris, agência REUTERS BRASIL

BBB13': Agora milionária, Fernanda conquista de vez André



Um dia depois de sair do programa com o prêmio de 1,5 milhão de reais, mineira confirma que namoro com André continua fora da casa - e fala até de casamento.


Entre um grande amor e o prêmio de 1,5 milhão de reais, Fernanda garantia que preferia ficar com o primeiro. Isso, claro, antes de ser escolhida pelo público como a vencedora do 'BBB13', e embolsar o prêmio principal na noite de terça-feira. Agora, ela não precisa mais escolher: já tem o dinheiro e, de quebra, ganhou o príncipe. Um dia depois de sair milionária da casa, a mineira conquistou também o coração de André. "Estamos juntos e vamos continuar com nosso relacionamento", afirmou ele nesta quarta, durante uma maratona de bate-papos promovida pela produção com todos os participantes.


De revista VEJA

Documentos da Petrobras revelam os bastidores da venda de patrimônio no exterior



O feirão da Petrobras


Na quarta-feira, dia 27 de março, o executivo Carlos Fabián, do grupo argentino Indalo, esteve no 22o andar da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para fechar o negócio de sua vida. É lá que funciona a Gerência de Novos Negócios da Petrobras, a unidade que promove o maior feirão da história da estatal – e talvez do país. Sem dinheiro em caixa, a Petrobras resolveu vender grande parte de seu patrimônio no exterior, que inclui de tudo: refinarias, poços de petróleo, equipamentos, participações em empresas, postos de combustível. Com o feirão, chamado no jargão da empresa de “plano de desinvestimentos”, a Petrobras espera arrecadar cerca de US$ 10 bilhões. De tão estratégica, a Gerência de Novos Negócios reporta-se diretamente à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Ela acompanha detidamente cada oferta do feirão. Nenhuma causou tanta polêmica dentro da Petrobras quanto a que o executivo Fabián viria a fechar em sua visita sigilosa ao Rio: a venda de metade do que a estatal tem na Petrobras Argentina, a Pesa. ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, ao acordo confidencial fechado entre as duas partes, há um mês. Nele, prevê-se que a Indalo pagará US$ 900 milhões por 50% das ações que a Petrobras detém na Pesa. Apesar do nome, a Petrobras não é a única dona da Pesa: 33% das ações dela são públicas, negociadas nas Bolsas de Buenos Aires e de Nova York. A Indalo se tornará dona de 33% da Pesa, será sócia da Petrobras no negócio e, segundo o acordo, ainda comprará, por US$ 238 milhões, todas as refinarias, distribuidoras e unidades de petroquímica operadas pela estatal brasileira – em resumo, tudo o que a Petrobras tem de mais valioso na Argentina.
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De Diego Escosteguy, com Murilo Ramos, Leandro Loyola, Marcelo Rocha e Flávia Tavares, revista ÉPOCA

Coreia do Norte anuncia 'estado de guerra' com Sul



A Coreia do Norte reforçou sua retórica beligerante e provocativa na manhã neste sábado, horário local. O governo de Kim Jong-un anunciou que o país entrou no que chamou de "estado de guerra" com a Coreia do Sul. Os dois países estão tecnicamente em guerra desde 1953 pois o conflito entre as duas nações foi encerrada por meio de um armistício e não de um tratado de paz. Há três semanas, o regime norte-coreano já havia anunciado que considerava nulo o cessar-fogo com o país vizinho.
"Qualquer provocação militar próxima às fronteiras terrestres e marítimas levará a um conflito em grande escala e a uma guerra nuclear", advertiu o comunicado oficial. "A partir de agora, todas as questões de estado entre as duas Coreias serão tratadas sob o protocolo de guerra. A situação que prevaleceu por muitos anos em que a península da Coreia não estava nem em paz nem em guerra acabou."
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De revista VEJA

sexta-feira, 29 de março de 2013

Zagallo sofre acidente de carro no Rio de Janeiro, mas escapa ileso



Rio de Janeiro, 29 mar (EFE).- O ex-técnico de futebol Mário Jorge Lobo Zagallo, de 81 anos, sofreu um acidente de trânsito na noite de ontem no Rio de Janeiro, embora não tenha comprometido sua integridade física, informou nesta sexta-feira o portal "G1".
De acordo com a fonte, o carro de Zagallo se chocou contra um poste na Avenida das Américas, na Barra de Tijuca, enquanto o ex-treinador teria sofrido apenas algumas contusões leves.


De agência EFE


Quadrilhas africanas no Brasil usam correio para 'exportar' drogas



Quadrilhas africanas que operam no Brasil estão enviando drogas de forma sistemática para a Espanha, a China e o Reino Unido por meio de serviços postais. A Polícia Federal faz cerca de 50 apreensões por mês dessas remessas. A maioria é de cocaína.
Para tentar enganar a polícia e a Receita Federal, os traficantes usam esconderijos inusitados para esconder a droga.
Entre as técnicas já identificadas estão rechear com pequenas quantidades de cocaína objetos como brinquedos, roupas, ferramentas e utensílios domésticos – e depois enviá-los ao exterior por meio do correio e de empresas de entregas internacionais.
Segundo o delegado Ivo Roberto Costa da Silva, da Polícia Federal, os grupos criminosos são formados majoritariamente por nigerianos. "Eles não chegam a formar uma facção ou uma máfia, mas às vezes se associam para traficar", afirmou o policial.
Os destinos preferidos para as remessas são Espanha e, em menor escala, China e Grã-Bretanha. Segundo Silva, as quadrilhas de africanos também têm ramificações nesses países. Seus membros se encarregam de receber os entorpecentes.
O crescimento do narcotráfico para a China, especificamente, tem chamando a atenção das autoridades. O país pulou do quinto lugar no ranking em 2009 para segundo em 2012. Uma hipótese investigada é que o crescimento econômico chinês tenha estimulado também o tráfico de drogas.
De acordo com o policial, alguns motivos explicam o porquê de quadrilhas africanas terem se instalado no Brasil. Um deles é a grande fronteira com países onde há produção de cocaína (Colômbia, Bolívia e Peru). Outro fator de estímulo seria o Brasil possuir grande número de voos de passageiros e de carga para a Europa.
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De Luis Kawajuti, agência BBC BRASIL

quinta-feira, 28 de março de 2013

Baleias azuis são rastreadas através de seu canto na Antártida



Sydney (Austrália), 28 mar (EFE).- Os cientistas conseguiram captar até 26.545 cantos de baleia azul na Antártida, em um estudo para no qual utilizaram pela primeira vez técnicas acústicas de detecção e acompanhamento deste grande cetáceo.
O trabalho foi realizado por pesquisadores da Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Estados Unidos, França, Noruega, Reino Unido, África do Sul e Nova Zelândia, que participam do Projeto Baleia Azul na Antártida, dedicado ao maior animal do mundo.


De agência EFE

Eletrobras tem prejuízo líquido de R$ 6,8 bi em 2012



SÃO PAULO - A Eletrobras registrou prejuízo líquido de R$ 6,878 bilhões no exercício 2012, após lucro líquido de R$ 3,732 bilhões no ano anterior, 2011, segundo demonstração financeira consolidada divulgada há pouco pela empresa no site da Comissão de Valores Mobiliários.
A estatal computou em seu balanço de 2012 a saída de R$ 10,085 bilhões como “efeitos da Lei 12.783/13”.
A receita operacional líquida da estatal alcançou R$ 34,064 bilhões em 2012, valor 15,3% superior aos R$ 29,532 bilhões registrados em 2011.
As despesas operacionais da companhia cresceram 27,5% em 2012, para R$ 32,396 bilhões, ante R$ 25,389 bilhões em 2011.
O lucro antes do resultado financeiro em 2012 ficou em R$ 1,668 bilhão, em queda de 59,7% ante os R$ 4,142 bilhões em 2011.
A receita financeira líquida do exercício 2012 foi de R$ 632,509 milhões, resultado 169,7% superior à receita de 2011, de R$ 234,453 milhões.


De jornal VALOR ECONÔMICO

BC projeta inflação acima do centro da meta durante todo o governo Dilma


BRASÍLIA - O Banco Central (BC) elevou sua projeção para o comportamento da inflação em 2013. Segundo o Relatório de Inflação referente ao primeiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira, o IPCA deve fechar o ano em 5,7%. A estimativa é bem superior aos 4,8% com os quais a autoridade monetária trabalhava no fim de 2012. As projeções do Banco Central indicam ainda que a inflação ficará acima do centro da meta, de 4,5%, durante todo o mandato da presidente Dilma Rousseff. Em 2011, o IPCA ficou exatamente no teto da meta e, em 2012, em 5,84%. A avaliação da autoridade monetária é que a inflação está resistente.
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De Martha Beck, jornal O GLOBO

quarta-feira, 27 de março de 2013

Houve "manipulação inadmissível" em fala sobre inflação, diz Dilma



BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff contestou por meio de sua assessoria de imprensa o que classificou como “interpretações equivocadas” de seus comentários sobre a inflação feitos nesta quarta-feira durante a 5ª Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), realizada em Durban, na África do Sul.
“Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo”, afirmou a presidente ao Blog do Planalto, um dos canais de comunicação da assessoria de imprensa da Presidência.
Segundo a nota do Planalto, a declaração de Dilma foi feita após a presidente tomar conhecimento de que agentes do mercado financeiro estavam interpretando erroneamente seus comentários como expressão de leniência em relação à inflação. “A presidenta solicitou ao presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que também desse esclarecimentos sobre o assunto”, diz a nota.
Mais cedo, em Durban, Dilma disse que não acreditava em política de combate à inflação que reduza o crescimento. E atribuiu as recentes pressões inflacionárias à alta internacional das commodities. “O governo está vigilante”, afirmou.
No mercado futuro de juros, as taxas ampliaram o movimento de queda após a declaração de Dilma. A interpretação do mercado foi de que o governo protelaria ao máximo um novo ciclo de aperto monetário.


De Bruno Peres, de jornal VALOR ECONÔMICO

Conselho de Ética é palco de chantagens, ameaças e manobras


BRASÍLIA — O Conselho de Ética da Câmara virou, na tarde desta terça-feira, espaço público de manobra política, de chantagens e ameaças. A sessão estava marcada para eleger o novo presidente do colegiado, para os próximos dois anos, mas nem terminou. O acordo entre o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o PDT para eleger o novato e desconhecido deputado Marcos Rogério (PDT-RO) presidente do conselho não vingou. Tudo porque o deputado Ricardo Izar Júnior (PSD-SP) lançou sua candidatura avulsa e era o favorito na disputa, que foi adiada para terça-feira da semana que vem.
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De Evandro Éboli, jornal O GLOBO

Entenda a complexa relação entre o papa e os Kirchner



O conflito entre o governo argentino e o setor agrícola do país, em 2008, e a aprovação do casamento gay, em 2010, foram marcos na deterioração da relação do agora papa e da Presidência de Cristina Kirchner.
Mas a tensão entre o kirchnerismo e o então cardeal Jorge Mario Bergoglio já havia germinado anos antes, durante o mandato do ex-presidente Néstor Kirchner.
Sabe-se que Cristina e o papa Francisco não são os melhores amigos. Bergoglio, que por seis anos foi presidente da Conferência Episcopal Argentina, criticou abertamente muitas das decisões políticas da presidente.
Essa tensão chegou ao ápice à época da aprovação, em 2010, do casamento homossexual na Argentina, mas as diferenças vêm desde antes disso.
Néstor Kirchner, morto em 2010, chegou a chamar Bergoglio de "chefe espiritual da oposição política".
O distanciamento começou um ano depois da chegada de Kirchner ao poder, em 2003. Em um de seus sermões, Bergoglio questionou "o exibicionismo e os anúncios estridentes dos governantes", em mensagem que, ainda que não o citasse, parecia dirigida ao então presidente.
Em 2005, Kirchner anunciou que não participaria da tradicional celebração de 25 de maio na Catedral de Buenos Aires (data em que se comemora o início do governo independente da Espanha, a partir de 1810).
Meses depois, um porta-voz de Bergoglio anunciou: "não há relação da Igreja com o governo".
Desde então, esses laços estremeceram, agravados pelo fato de Kirchner acreditar que Bergoglio articulava um projeto oposicionista.

Catedral e críticas

Com a chegada de Cristina à Presidência, em 2007, a celebração de 25 de maio serviu novamente de termômetro do grau de estranhamento entre Bergoglio e o governo.
A correspondente da BBC Mundo na Argentina, Veronica Smink, explica que Cristina sempre evita ir à Catedral de Buenos Aires para não ter de escutar as críticas de Bergoglio sobre a pobreza e a desigualdade.
Mas não são essas as principais causas do estranhamento entre os dois. Em março de 2008, poucos meses após sua posse, Cristina apresentou a resolução 125, mudando regras para exportação de algumas commodities e desatou uma das piores crises de seu governo - provocando greves e bloqueio de vias em apoio ao setor agrícola.
A resolução acabou sendo derrubada com voto do então vice-presidente Julio Cobos, no Senado.
Na época, Bergoglio se alinhou com os produtores agrícolas e chegou a pedir "um gesto de grandeza" da presidente, para pôr fim ao conflito. Também se reuniu com Cobos, que acabou rompendo com Cristina.
Para o sociólogo Juan Nicolás, da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires, "o gesto de Bergoglio marcou o que seria a relação do Episcopado com o Governo, principalmente se levarmos em conta que o governo de Cristina havia acabado de começar".

Desavenças em temas sociais

O governo e o cardeal superaram os altos e baixos, mas a relação não chegou a se normalizar. E voltou a piorar com o projeto de casamento entre pessoas do mesmo sexo, em julho de 2010.
A uma semana da aprovação do projeto, Bergoglio escreveu uma carta criticando duramente a iniciativa. "Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política; é a pretensão destrutiva ao plano de Deus. Não se trata de um mero projeto legislativo (este é apenas o instrumento), mas sim de uma (...) mentira que pretende confundir e enganar os filhos de Deus", dizia a carta.
Cristina respondeu se dizendo "preocupada com o tom do discurso" de Bergoglio e alegando que o projeto visava lidar "com uma realidade que já existe".
Assim que soube da eleição de Bergoglio como papa, especulou-se qual seria a reação de Cristina. Esta, pelo Twitter, divulgou uma carta cordial, "saudando e expressando felicidades" pela escolha do pontífice.
Acredita-se que, apesar do tom frio da mensagem, o fato de Cristina ter confirmado sua presença na primeira missa solene do papa Francisco, no Vaticano, seja significativo para a distensão entre os dois.
O sociólogo Juan Nicolás concorda e opina que a presença de Cristina na praça São Pedro possa servir para a aproximação de seu governo com o Vaticano.


De agência BBC BRASIL




'Financial Times' põe em xeque 'intervencionismo' brasileiro



Um artigo de página inteira publicado nesta terça-feira pelo diário econômico britânico Financial Times questiona as ações que qualifica de "intervencionistas" que vêm sendo tomadas até agora pelo governo da presidente Dilma Rousseff para tentar reverter o processo de desaceleração econômica.
Em um texto intitulado Humbled Heavyweight("peso-pesado humilde", em tradução livre), o jornal observa que o Brasil cresceu menos de 1% no ano passado, a menor taxa entre os países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e já começa a ser substituído pelo México na preferência dos investidores na América Latina, "algo impensável apenas dois anos atrás".
O jornal afirma que o governo "está desesperado para reavivar o antigo milagre econômico do país" e comenta que "apesar de ela (Dilma) ainda ser imensamente popular, a economia é uma sombra em potencial sobre as suas perspectivas de reeleição no ano que vem".
O artigo observa que a resposta do governo para o problema tem sido "se intrometer em vários setores, desde energia a telecomunicações, numa mistura de incentivos e punições, com ações que vão desde incentivos tributários a medidas para forçar os produtores a baixar os preços".
O jornal comenta, entretanto, que "o crescente envolvimento do governo nos negócios tem se mostrado polêmico" e que analistas do mercado financeiro afirmam que o Brasil está voltando ao intervencionismo do passado, enquanto o setor industrial argumenta que a produção manufatureira afundaria com os altos custos e a importação em alta, a não ser com a ajuda do governo.
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De agência BBC BRASIL

Retomada da atividade no Brasil é fruto da política econômica, diz Dilma



A presidente Dilma Rousseff defendeu durante a cúpula dos Brics a importância desses países criarem fontes de financiamento e afirmou que a retomada do crescimento no Brasil foi fruto da política econômica do governo em reação à crise financeira internacional.
"Se faltam oportunidades de investimentos nas economias avançadas, vamos ampliar os nossos próprios investimentos, e se há escassez de financiamento, vamos criar fontes de financiamento de longo prazo", disse a presidente em Durban, na África do Sul.
Afirmando que o país vem se recuperando desde o ano passado, depois da desaleração em 2011 e 2012, Dilma disse que "não foi um crescimento espontâneo, mas foi um crescimento fruto do resultado de uma série de medidas de estímulo fiscal, tributário e monetário".
"(O crescimento foi) resultado de uma determinação, da vontade política do governo brasileiro, que olhou para a situação internacional e doméstica e se dispôs a impedir que os efeitos da desaceleração internacional atingissem de forma mais abrupta e crítica a economia brasileira."
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu apenas 0,9 por cento no ano passado, menor expansão entre os países que formam o Brics --Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul--, depois de crescer 2,7 por cento em 2011.
Nesse período, o governo adotou uma série de medidas de estímulo e desonerações tributárias e o Banco Central reduziu o juro básico do país ao seu menor patamar histórico.
Os primeiros dados econômicos deste ano mostram melhora na atividade econômica, mas ainda sem muito fôlego. A projeção do mercado, segundo a última pesquisa Focus do BC, é de que o PIB crescerá 3,0 por cento neste ano.
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De agência REUTERS BRASIL

terça-feira, 26 de março de 2013

Prefeitura do Rio interdita o estádio Engenhão


A prefeitura do Rio de Janeiro decidiu interditar o estádio do Engenhão devido a problemas com a cobertura da construção.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, o estádio ficará fechado por tempo indeterminado. As despesas da reforma devem ser custeadas pela prefeitura.
Uma empresa alemã foi contratada para avaliar o estado da cobertura e recomendou a interdição para a realização de análises mais detalhadas.
Segundo a prefeitura, especialistas da empresa teriam afirmado que determinadas condições de temperatura e de vento poderiam colocar os torcedores em risco.
O Engenhão foi inaugurado em 2007 para receber competições de futebol e atletismo dos Jogos Pan-Americanos.
A obra foi iniciada pela construtora Delta e depois assumida pela Odebrecht e pela OAS - que não se responsabilizaram por eventuais erros de projeto.
O prefeito reuniu representantes dos principais clubes cariocas para comunicar sua decisão.
Após o fechamento temporário do Maracanã para obras da Copa do Mundo, o Engenhão vinha sendo o palco dos principais jogos no Rio.
A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro deve analisar se os jogos do Campeonato Carioca serão transferidos.


De BBC BRASIL

segunda-feira, 25 de março de 2013

Escalas de Dilma no exterior custaram R$ 433 mil aos cofres públicos

Escalas em viagens internacionais da presidente Dilma Rousseff em que ela não teve compromissos oficiais e, em alguns casos, realizou passeios turísticos custaram R$ 433 mil aos cofres públicos.

O valor inclui despesas apenas com hospedagem e diárias em visitas a Atenas (Grécia), Praga (República Tcheca) e Granada (Espanha), que ocorreram durante escalas de viagens de Dilma e sua comitiva à Ásia.
Em nota, a assessoria da Presidência disse que as visitas da presidente a Atenas, Praga e Granada foram "escalas obrigatórias de caráter técnico", programadas conforme os limites de autonomia do avião presidencial.
Dados do Ministério de Relações Exteriores obtidos pela BBC Brasil por meio da Lei de Acesso à Informação revelam ainda que as 35 viagens presidenciais em 2011 e 2012 custaram R$ 11,6 milhões. Desse montante, R$ 7,8 milhões se referem a gastos com hospedagem e R$ 3,8 milhões a despesas com diárias, item que inclui alimentação e transporte. Os valores incluem também gastos com a preparação das viagens.
A viagem sem compromissos oficiais de Dilma mais cara, ao custo de R$ 244 mil, foi para Atenas, em abril de 2011. A presidente e sua comitiva passaram uma noite na capital grega antes de prosseguir para a China.
Na ocasião, ela visitou o Partenon, um dos principais pontos turísticos do país, e fez visita de cortesia ao então premiê George Papandreou. Interpelada por jornalistas, ela se recusou a responder perguntas, dizendo estar "a passeio".
Na volta da viagem à China, Dilma parou em Praga. A escala, que durou duas horas, custou R$ 75 mil.
Em março de 2012, a presidente voltou a fazer escala prolongada em viagem à Ásia. Antes de ir à Índia para uma cúpula dos Brics, ela passou por Granada, cidade turística no sul da Espanha.
Acompanhada pelos ministros Aloízio Mercadante (Educação) e Antonio Patriota (Relações Exteriores), Dilma visitou a Alhambra, complexo de palácios de arquitetura mourisca considerado patrimônio da humanidade pela Unesco.
A viagem, que durou cerca de sete horas, custou R$ 89 mil. Os gastos da comitiva que acompanhou o ministro de Relações Exteriores somaram outros R$ 24,5 mil.

Marrocos e Jordânia

A primeira lista que o Itamaraty enviou à BBC Brasil com gastos de todas as viagens presidenciais continha ainda despesas em Marrakech (Marrocos) e Amã (Jordânia), ocorridas entre março e abril de 2012, mesmo período da viagem de Dilma à Índia.
Após a Presidência ser avisada da reportagem, o ministério enviou nova tabela, excluindo as despesas nas duas cidades. O órgão não explicou a mudança. A presidente, no entanto, não visitou os dois países.
A assessoria do Planalto não respondeu que critérios nortearam a composição da comitiva presidencial nas escalas em Atenas, Praga e Granada e nem por que Dilma foi acompanhada por ministros em passeios turísticos.
Segundo a assessoria de Dilma, as escalas não foram incluídas na agenda oficial porque apenas o local de partida e o destino final das viagens presidenciais são registrados.
O órgão afirma ainda que a presença da presidente em qualquer ponto do Brasil ou do exterior, independentemente do tempo de permanência, "deve ser precedida por equipes com profissionais responsáveis por garantir sua segurança e o atendimento das necessidades da comitiva, o que explica a ocorrência de despesas com essas equipes técnicas".
Na semana passada, os gastos da viagem de Dilma a Roma para a posse do papa Francisco geraram críticas e pedidos de explicação entre opositores. A visita, que custou R$ 324 mil, durou três dias.
Outras viagens presidenciais tiveram custos muito mais elevados. Em dezembro de 2011, uma visita de Dilma a Paris que também durou três dias custou R$ 1,23 milhão. A presidente se hospedou com sua comitiva no hotel Bristol, um dos mais luxuosos da capital francesa.
A viagem de Dilma a Londres durante as Olimpíadas, em julho de 2012, custou R$ 1,08 milhão. Em setembro de 2011, uma visita a Nova York durante a Assembleia Geral da ONU custou R$ 917 mil, gasto ligeiramente superior a visita à mesma cidade no ano passado (R$ 884 mil).
Em suas viagens, Dilma tem optado por pernoitar em hotéis, evitando se hospedar nas casas de embaixadores brasileiros.
A viagem mais barata da presidente, em junho de 2011, foi para Assunção, capital paraguaia. A visita, durante cúpula do Mercosul, durou um dia e custou R$ 84 mil.


De João Fellet, agência BBC BRASIL


Feliciano descarta renúncia da presidência da Comissão de Direitos Humanos



Em entrevista ao programa Pânico, da Bandeirantes, o pastor Feliciano (PSC-SP) comentou as polêmicas envolvendo seu nome na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e garantiu que não pretende renunciar ao posto, apesar de toda a pressão.
Desde que foi eleito para o cargo, o parlamentar tem enfrentado reações devido às declarações consideradas racistas e homofóbicas. 
Na semana passada, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, chegou a afirmar que a situação do pastor Feliciano era  “insustentável” e que uma solução seria dada nesta terça-feira (26).
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De jornal DO BRASIL

Cota não garante aluno de escola pública em vestibular


A falta de aulas de geografia durante seu último ano no ensino médio fez com que Monique dos Santos Pires, 21, desistisse do vestibular para as universidades públicas.

"Não tinha como competir com aluno de escola privada", diz ela, que trabalha e estuda administração na FMU, faculdade particular.
Sua situação ajuda a explicar por que o número de alunos da rede pública nos vestibulares de importantes instituições gratuitas do país caiu ou mudou pouco nos últimos anos, apesar de políticas de bônus e cotas.
Entre dez universidades que enviaram dados à Folha, USP, Unicamp, UERJ, e UFMG registraram queda no percentual de vestibulandos vindos da rede pública. Em outras três universidades, essa proporção mudou pouco.
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De Érica Fraga, de São Paulo, jornal FOLHA DE SÃO PAULO

domingo, 24 de março de 2013

PEC das Domésticas: o que muda para o empregador


Com a obrigatoriedade de pagamento de adicionais por horas extras, estabelecido no PEC das Domésticas, o acréscimo no custo para os patrões será proporcional à exigência sobre o funcionário. Um empregado que cumpra duas horas extras diárias, por exemplo, acarretará aumento de 36% no gasto do empregador. Um cálculo feito pelo professor de economia Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas, exemplifica o peso no orçamento dos empregadores. Um funcionário doméstico que atualmente receba o salário mínimo no estado de São Paulo (R$ 755) custa, com encargos e vale-transporte (R$ 132) um total de 1.142,02 reais no fim do mês. Com o pagamento de FGTS (8%) este valor chega a 1.212,49 reais. No caso de um empregado que trabalhe duas horas extras diárias, o total alcançará 1.546,85 reais.
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De Cecília Ritto, do Rio de Janeiro, revista VEJA

Ministro da Agricultura é cliente de abatedouro clandestino


O odor de sangue apodrecido misturado com dejetos provoca náuseas. A cena é medieval. A foto que ilustra esta reportagem capta o final de mais um dia de trabalho no Matadouro do Rogério, em Vazante, cidade mineira que fica a apenas 350 quilômetros de Brasília. O funcionário manipula o que sobrou do gado abatido na madrugada. Nada é desperdiçado. A membrana que envolve as vísceras será usada para fabricar sabão. As cabeças dos animais serão moídas e transformadas em ração. Os dejetos vão alimentar os cachorros e as galinhas que convivem no mesmo espaço -- um galpão pestilento. No momento da fotografia, a carne já havia seguido para as prateleiras dos supermercados e açougues da região. É repugnante imaginar que um terço da produção bovina consumida pelos brasileiros é oriunda de lugares assim. É mais repugnante ainda saber que isso acontece em tão larga escala por incompetência, inoperância e negligência dos órgãos de fiscalização. O Matadouro do Rogério seria apenas mais um entre milhares de estabelecimentos iguais que funcionam país afora se não fosse um detalhe: ele tem entre seus clientes ninguém menos que o novo ministro da Agricultura.
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De revista VEJA

O novo ministério zomba do Brasil



Está confirmado: o julgamento do mensalão não teve a menor importância para o Brasil. Não se sabe ainda quando os condenados serão presos, se forem, mas isso também não importa. O que importa é que o esquema deu certo. O grupo político que organizou o maior assalto da história aos cofres públicos – ninguém jamais ousara criar um duto permanente entre o dinheiro do Estado e um partido político – vai muito bem, obrigado. Aprovado em duas eleições presidenciais, parte para a terceira como franco favorito. E os últimos atos da presidente da República mostram sua desinibição para reger o esquema parasitário.

Dilma Rousseff anunciou uma reforma ministerial. Assunto delicado. Como se sabe, a presidente passou todo o seu primeiro ano de governo tentando segurar nos cargos o exército de ministros podres que nomeou. Em muitos casos não foi possível. A avalanche de denúncias publicada pela imprensa burguesa, que não deixa o governo popular sugar o país em paz, foi irresistível. Mas a opinião pública brasileira é tão lunática que esse vexame – ter que cortar cabeças em série, todas recém-nomeadas – passou ao senso comum como a “faxina ética” da presidente. O Brasil gosta é de novela, e resolveu acreditar nesse enredo tosco da mãe-coragem que toma conta da casa.

Dilma, Lula e sua turma exultaram com o cheque em branco que receberam da nação. Ao longo de dez anos no poder, o tráfico de influência para edificar a República do fisiologismo foi flagrado em todo o estado-maior petista, de cabo a rabo: de Valdomiro a Dirceu, de Erenice a Rosemary, de Palocci a Pimentel, dos aloprados aos mensaleiros, dos transportes ao turismo, da agricultura ao trabalho. A tecnologia da sucção do Estado pelos revolucionários progressistas foi esfregada diversas vezes na cara do eleitorado, que continuou aprovando sorridente o truque. É por isso que agora, nos conchavos para a tal reforma ministerial, Dilma não faz a menor cerimônia para chamar os fantasmas para dançar.

Entre os principais interlocutores da presidente para decidir quem vai abocanhar o que, estão figuras inesquecíveis como o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi. O sujeito que tentou ficar no cargo na marra, que disse que só saía debaixo de tiro, após uma floresta de irregularidades apontadas na sua gestão – incluindo passeio em avião de dono de ONG beneficiada por seu ministério – está aí de novo, dando as cartas no primeiro escalão à luz do dia. O brasileiro é mesmo um generoso.

Quem mais apareceu decidindo com Dilma o futuro do seu ministério? Alfredo Nascimento, o ex-ministro dos Transportes demitido na “faxina”, falando grosso de novo para resolver quem vai ficar com uma das pastas mais endinheiradas do governo. E atenção: esses encontros não são secretos. Faxineira e faxinados mostram para quem quiser ver que continuam jogando no mesmo time, sem arranhar o mito da gerentona ética. Magia pura.

Mas nessa conversa houve um desentendimento inicial. Dilma queria que assumisse o ministério dos Transportes o senador Blairo Maggi, muito citado por réus do escândalo Cachoeira-Delta. Se o Brasil não lembra de nada, por ela tudo bem. Quem vetou foi o próprio Nascimento. A escolha da presidente não passou no filtro do ministro demitido por ela. Isso é que é faxina bem feita.

Já que o Brasil não liga para essas coisas, nem para a gastança pública que fermenta a inflação, Dilma Rousseff achou que era hora de criar mais um ministério. Contando ninguém acredita. Vem aí a pasta da Micro e Pequena Empresa, para acomodar mais um companheiro e premiar o partido criado por Gilberto Kassab para aderir à indústria política do oprimido.

Evidentemente, os brasileiros não vão se importar que o novo ministério, com dezenas de novos cargos custando mais alguns milhões de reais ao Tesouro, tenha funções já cobertas pelo Ministério do Desenvolvimento. Faz sentido. O ministro do Desenvolvimento é Fernando Pimentel, o amigo de Dilma que faturou R$ 2 milhões com consultorias invisíveis e permaneceu no cargo agarrado à saia da madrinha. Para ter um ministro café-com-leite que precisa ficar escondido, melhor mesmo criar um ministério novinho em folha para fazer o que ele não faz.

Eis o triunfo da doutrina do mensalão: para cada Dirceu preso, sempre haverá uma Dilma livre, leve e solta.


De  Guilherme Fiuza, revista ÉPOCA

As acusações de desvio de dinheiro contra o senador Lindbergh Farias


O plenário do Congresso Nacional estava lotado no começo da noite do dia 6 de março. Esbarrando em colegas, o senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, passou pelo deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ) e, dedo em riste, falou alto: “Vou brigar com os grandes. Não tenho medo das máquinas do governo e da prefeitura”. Lindbergh tem motivos para se revoltar contra o PMDB, principal partido aliado do governo Dilma Rousseff e sigla que controla a prefeitura da capital e o governo do Rio. Desde que se lançou pré-candidato a governador do Estado, no final do ano passado, Lindbergh vinha sendo alvo do “fogo amigo” do PMDB – cujo objetivo é fazer do atual vice-governador, Luiz Fernando Pezão, o sucessor de Sérgio Cabral. Agora a briga esquentou, e os golpes verbais deram lugar aos dossiês. Desta vez, os documentos divulgados não são vazios, como costuma acontecer com a maioria dos dossiês que circulam nas campanhas. A partir de material obtido com o PMDB, ÉPOCA fez seu próprio levantamento e obteve uma série de documentos com denúncias contra Lindbergh. Os papéis constam de um inquérito a que Lindbergh responde no Supremo Tribunal Federal, com acusações de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro – relativas ao período em que foi prefeito de Nova Iguaçu, entre 2005 e 2010.


A base da investigação são dois depoimentos prestados ao Ministério Público Estadual (MPE) pela ex-chefe de gabinete da Secretaria de Finanças de Nova Iguaçu Elza Elena Barbosa Araújo. ÉPOCA obteve cópias das declarações, prestadas em fevereiro de 2007 e até aqui mantidas sob sigilo. Elza disse que, logo no início do mandato de prefeito, em 2005, Lindbergh montou um esquema de captação de propina entre empresas contratadas pelo município. O valor podia chegar a R$ 500 mil por contrato. O dinheiro sujo, segundo Elza, chegava à sala da secretaria em bolsas e maletas trazidas por empresários. Depois as quantias eram usadas, conforme ela disse, para quitar despesas pessoais de Lindbergh.

Segundo os depoimentos, o esquema ainda bancava as prestações de um apartamento da mãe de Lindbergh, Ana Maria, num edifício em Brasília. Elza relatou que numa das ocasiões, em 11 de julho de 2005, ela saiu da prefeitura com R$ 15 mil em dinheiro para pagar uma das prestações do imóvel. Sobraram R$ 4.380, que Elza disse ter depositado na conta de Lindbergh. Ela também afirmou que a propina abastecia a conta da empresa Bougainville Urbanismo, que pertence a Carlos Frederico Farias, irmão de Lindbergh que mora na Paraíba, terra natal de Lindbergh. A empresa recebeu, ainda conforme a acusação, quatro depósitos que totalizaram R$ 250 mil.
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De Hudson Corrêa, revista ÉPOCA