segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Piora o estado de saúde de Hugo Chávez



Brasília – Sem o tom otimista dos últimos dias, o vice-presidente da Venezeula, Nicolás Maduro, anunciou uma piora no estado de saúde do presidente Hugo Chávez, internado em Havana, Cuba.
Ao lado da filha de Chávez, Rosa Virginia, e de dois altos funcionários do governo, Maduro classificou o estado de saúde do presidente de “delicado” e falou em “novas complicações surgidas como consequência de uma infecção respiratória já conhecida”.
Chávez está internado em Havana há duas semanas, após a reincidência de um câncer, cujos detalhes não foram informados.
Maduro, apontado pelo próprio Chávez como seu sucessor, disse que vai permanecer na capital cubana com a família do presidente. Ele disse ainda que o estado de saúde de Chávez “não está isento de complicações”.
Como não há informações detalhadas, o anúncio de Maduro abriu espaço para novas especulações. Diferentemente das declarações otimistas feitas no Natal, desta vez, o anúncio teve tom pessimista e também chamou a atenção a aparição da filha de Chávez. Além disso, as autoridades cancelaram a festa de Ano-Novo de Caracas e pediram aos venezuelanos que rezem pela saúde do presidente.

De Agência Brasil, Jornal DO BRASIL

domingo, 30 de dezembro de 2012

Morales nacionaliza empresas de energia espanholas com filiais na Bolívia



O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ontem (29) a nacionalização de filiais das distribuidoras espanholas de energia, localizadas em La Paz e Oruro. As companhias são a Electropaz, de energia elétrica, e a Empresa Força e Luz de Oruro (Elfeo), subsidiária da empresa espanhola Iberdrola. “[Estamos promovendo] o direito dos cidadãos vivendo em áreas rurais, salvaguardando a sua economia ", disse.
De acordo com o presidente, o objetivo é garantir o abastecimento e a cobrança de formas igualitárias na Bolívia."Fomos obrigados a dar esse passo para as taxas de serviços elétricos serem equitativa nos departamentos de La Paz e Oruro e que a qualidade de serviço de energia elétrica seja uniforme em áreas rurais e urbanas", disse Morales
Morales assinou ontem o decreto de nacionalização das duas empresas. Segundo o texto, as ações serão assumidas pela Empresa Nacional de Eletricidade da Bolívia (Ende). Pelo decreto, haverá uma compensação para a empresa espanhola.
A avaliação que vai gerar a compensação será feita por uma "empresa independente no prazo de 180 dias." O pagamento será feito no território boliviano em moeda nacional à taxa de câmbio oficial.
Segundo integrantes do governo da Bolívia, haverá uma compensação justa para a empresa espanhola Iberdrola. O vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, o governo “não vai agir arbitrariamente ".
"Esperamos que, nos próximos meses, por meio do diálogo e de relatórios técnicos, independentes e precisos, encontrar uma solução negociada com a empresa antiga proprietária Electropaz e não haver problema algum”, disse Linera.
A decisão de nacionalizar as empresas, segundo o presidente, foi baseada em estudos de campo que demonstraram a existência de uma grande diferença entre as tarifas de eletricidade em áreas rurais e urbanas.
Em 2010, o governo boliviano nacionalizou as ações de quatro empresas de geração de energia, incluindo duas subsidiárias da GDF Suez da França e da Grã-Bretanha Rurelec, para acelerar a entrega de serviços para diferentes regiões do país.

De  Economia, Jornal DO BRASIL

O ano que não esquentou

Seria um reflexo no espelho do ano anterior. Essa era a aposta geral. O ano de 2012 começaria frio mas esquentaria ao longo dos meses e trimestres e terminaria dezembro num ritmo de 4%; o oposto de 2011. Mas os indicadores foram decepcionando. O país estagnou, a indústria encolheu, o calote aumentou, a inflação permaneceu alta e o país investiu muito pouco.
No mundo, houve problemas que agravaram a nossa situação. A Europa sangrou o ano inteiro, mas terminou 2012 melhor do que começou, felizmente. A união monetária esteve a um passo de se fragmentar e agora se fortalece na preparação da união bancária. Os Estados Unidos namoraram o abismo, testando o limite da polarização política, mas o pior foi evitado com a reeleição de Obama. O programa do Partido Republicano revisitava ideais de intolerância e de abandono dos mais pobres, incompatíveis com os valores contemporâneos.
O que mais atrapalhou o Brasil foi o Brasil mesmo. O investimento público é menor do que pode e muito menos do que se precisa. Os obstáculos ao investimento privado crescem em vez de diminuir. Quando escolhe projetos e modelos para pôr o dinheiro público, o governo tem errado.
É a transposição do Rio São Francisco que fica pela metade, quando o que deveria ter sido escolhido desde o início era fortalecer o Velho Chico; hidrelétricas na Amazônia que repetem alguns velhos erros; o trem-bala que não sai do lugar, mas seu custo decola a cada revisão. Melhor faria se o mesmo dinheiro fosse investido em outros projetos. Em sumo: investir errado é pior do que não investir. Há cinco trimestres consecutivos cai o investimento no Brasil.
O governo gastou o ano com medidas para levantar o PIB, para usar a expressão do ministro Guido Mantega, autodeclarado “levantador de PIB”, sem êxito. Redução de IPI, clamor para que a população se endivide, mais dinheiro subsidiado para os mesmos grupos empresariais não foram suficientes para produzir um crescimento que se sustente
A inflação continuou alta. Se forem descontados os efeitos do congelamento da gasolina, redução do IPI e mudança da forma de cálculo do IPCA, pode-se dizer que ela está rondando a 6,5%, o que é altíssimo dadas as circunstâncias. A inflação de alimentos termina o ano em torno de 10%
Mas a economia vive de contrastes e há boas notícias, felizmente. O mercado de trabalho está forte, e o desemprego, em níveis historicamente baixos. Os juros caíram de 11% para 7,25%, diminuindo o custo da dívida pública. O dólar subiu, melhorando a vida do exportador, mas encareceu a importação.
Foi de perder a conta a quantidade de pacotes, pacotinhos e pacotões para reativar a indústria automobilística: redução de IPI, liberação de compulsório dirigido a financiamentos, aumento da barreira comercial contra importações. Mas diminuiu a produção de veículos e a indústria como um todo está fechando o ano com uma previsão de queda de 2,3% e queda do emprego de 1,4%.
A Petrobras teve o primeiro prejuízo trimestral em 10 anos e o rating da empresa foi colocado em perspectiva negativa pela Moody’s, apesar de hoje haver muita confiança de que a presidente da companhia vai enfrentar os problemas da estatal e não escamoteá-los. A Vale teve um ano de desinvestimento e de queda do preço da sua principal matéria-prima. Os melhores anos ficaram para trás e a Vale precisa se adaptar.
Enfim, o ano passou, mas não esquentou. Tomara que o governo entenda o momento como uma nova chance. Tem de corrigir rotas e não persistir nos erros. Feliz Ano Novo.

De Miriam Leitão, colunista, Jornal O GLOBO

Ruth de Aquino: 50 previsões que darão errado


1. Lula dirá que sabia de alguma coisa.

2. Serra ganhará uma eleição. De Mister Simpatia. Fará um implante capilar com o hair stylist de Haddad, Celso Kamura.

3. Lula elogiará a imprensa brasileira e dará entrevista coletiva anunciando que não será mais candidato a nada.

4. Dilma viverá lua de mel com a base aliada, em especial com o PT. Será eleita musa dos sindicatos.

5. O PIB crescerá mais que o anunciado por Mantega.

6. Aécio Neves se recusará a ser candidato tucano à Presidência e passará a organizar concursos de misses.

7. O PSDB revelará, enfim, o projeto alternativo da oposição para o Brasil.

8. Fernando Henrique deixará outra pessoa falar pelo PSDB.

9. Rosemary Noronha procurará o cirurgião plástico de Dirceu e cairá na clandestinidade – mas, antes, mudará os óculos.

10. Dirceu será preso sem regalias. Jogará fora o celular e doará as bermudas chiques para Carlinhos Cachoeira.

11. Cachoeira assumirá as têmporas brancas a pedido da namoradinha do Brasil, Andressa.

12. O jogo do bicho acabará.

13. Nenhum policial achacará bicheiros ou traficantes nem armará autos de resistência em ações de extermínio.

14. Vazarão na internet fotos de Nicole Bahls vestida.

15. A gostosa do BBB não posará nua.

16. Clarice Lispector deixará de ser citada nas redes sociais.

17. Ninguém mais postará fotos de comida no Facebook.

18. Arnaldo Jabor acordará feliz.

19. Chico Buarque e Fernando Morais pedirão mais liberdade e democracia em Cuba.

20. Michel Teló desistirá de fazer música chiclete.

21. Acabarão os comerciais com Ivete Sangalo.

22. Luana Piovani não tuitará o marido surfista e ficará invisível.

23. O orçamento das obras para a Copa e a Olimpíada será revisto para baixo, porque sobrou dinheiro.

24. A CBF será uma confederação acima de qualquer suspeita.

25. Meu Botafogo será campeão brasileiro depois que o time aprender holandês com o Seedorf.

26. A reforma tributária sairá e pagaremos menos impostos.

27. Renan Calheiros fará história na presidência do Senado votando projetos importantes para o país.

28. Sarney & Filha doarão parte de sua imensa fortuna ao “Maranhão-esperança”, projeto ambicioso para reduzir o analfabetis­mo, a prostituição infantil e a miséria do Estado.

29. O Congresso aprovará o fim do 14o e do 15o salários para os parlamentares e proibirá notas frias.

30. Deputados e senadores passarão a trabalhar na segunda e na sexta-feira para votar questões proteladas há 12 anos.

31. Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski concordarão.

32. Serão ressuscitados os rios Tietê e Pinheiros.

33. A Baía de Guanabara será enfim despoluída. Quem chega de carro ao Rio de Janeiro deixará de sentir cheiro de podre.

34. A Rocinha acabará com o esgoto a céu aberto, antes de ga­nhar teleférico turístico e obra póstuma de Niemeyer.

35. Os pobres poderão fazer cirurgias de emergência. Nenhuma criança ou velho morrerá por falta de assistência médica.

36. Desabrigados por tempestades e inundações terminarão o ano reassentados em áreas fora de risco.

37. Os celulares de traficantes presos em São Paulo serão bloquea­dos e eles não poderão mais dar ordens para tocar o terror.

38. Nenhum bueiro explodirá no Rio, e os cariocas finalmente saberão o motivo das explosões.

39. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, impedirá que a especulação imobiliária acabe com os parques e as reservas ambientais.

40. Não haverá arrastões nos restaurantes de São Paulo e nas praias do Rio.

41. Não haverá apagões.

42. Aeroportos funcionarão direito e acabarão com o táxi-bandalha.

43. Passagens aéreas no Brasil ficarão mais acessíveis, e uma competição saudável no setor beneficiará a população.

44. Operadoras de celular deixarão de extorquir os consumidores, e as contas passarão a ser inteligíveis.

45. Bancos reduzirão as taxas dos correntistas, contribuindo assim para a saúde financeira de quem os sustenta.

46. Empresas, privadas ou estatais, respeitarão o tempo máximo de espera ao telefone e deixarão de enlouquecer quem recorre a seus serviços de atendimento.

47. Não receberemos mais nenhuma chamada de telemarke­ting na hora do jantar e no fim de semana.

48. O lixo – coleta e reciclagem – passará a ser encarado com seriedade pelos governos.

49. Famílias brasileiras deixarão de emporcalhar as praias e os parques. Cada um levará seu saquinho de lixo, ensinando às crianças que quem ama cuida.

50. Feriadões deixarão de ser pretexto para exterminar famílias nas estradas, por culpa de direção irresponsável, ultrapassagens imprudentes e álcool.


De Ruth de Aquino, colunista, Revista ÉPOCA