domingo, 24 de julho de 2016

Diante do juiz Sérgio Moro, o marqueteiro João Santana confessa ter recebido US$ 4,5 milhões do caixa dois do PT...


Já em processo de negociação para delação premiada, o marqueteiro João Santana e sua mulher, Monica Moura, prestaram um bombástico depoimento ao juiz Sérgio Moro na quinta-feira 21. Responsável pelas campanhas presidenciais do PT em 2006, 2010 e 2014, Santana foi taxativo. “Recebemos do caixa dois do PT US$ 4,5 milhões em uma conta secreta na Suíça”, afirmou o publicitário. Em fevereiro, quando foram presos pela Lava Jato, Santana e Monica disseram que o dinheiro era produto de campanhas feitas no Exterior.

Indagado pelo juiz sobre a contradição entre as duas versões, o marqueteiro respondeu: “Menti para não destruir Dilma”. Agora, destruiu! Ao admitir o recebimento ilegal dos US$ 4,5 milhões, Santana e Monica acrescentam mais um crime no currículo da presidente afastada, Dilma Rousseff. E, ao contrário do que tentaram demonstrar, não se trata apenas de caixa dois de campanha eleitoral. Trata-se de corrupção. O depoimento dado pelo marqueteiro confirma que os US$ 4,5 milhões recebidos na Suíça eram parte da cota petista da propina do Petrolão, ou seja, dinheiro público desviado da Petrobras.
...
Se realmente contar tudo o que sabe, poderá implodir definitivamente não só a presidente afastada como também ferir de morte qualquer pretensão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De Mário Simas Filho, ISTOÉ

A presidente afastada reconhece que não há mais nenhuma chance de retornar ao cargo e quer que o processo de impeachment termine logo


Na terça-feira passada, Michel Temer ofereceu um jantar no Palácio do Jaburu aos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Rodrigo Maia. Não havia uma pauta específica. O objetivo do presidente interino era mostrar à imprensa uma situação de harmonia entre os chefes do Executivo e do Legislativo, para contrastar com o clima beligerante no governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Tudo correu conforme o planejado, com uma revelação inesperada. Renan Calheiros disse a Temer que a petista jogou a toalha e admitiu não ter mais chances de impedir a aprovação do impeachment no Senado. Segundo o relato do senador, Dilma desabafou nos seguintes termos: “Quero acabar logo com essa agonia”.
...
A percepção do senador, no entanto, não é propriamente um privilégio. É difícil encontrar em Brasília, mesmo dentro do PT, alguém que acredite na volta de Dilma ao Palácio do Planalto, ainda que as pesquisas de opinião mostrem que mais de 60% do eleitorado prefere a convocação de novas eleições. A questão central é que Michel Temer, em apenas dois meses de interinidade, conseguiu plantar um clima de estabilidade na política e na economia, que favorece sua permanência no poder. Pelas contas do senador Romero Jucá (PMDB-RR), demitido do Planejamento por conspirar contra a La­va-Jato, 61 dos 81 senadores votarão a favor do impeachment. Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, aposta que o número pode chegar a 63 senadores, incluindo Calheiros...

De Marcelo Sakate, VEJA

O magnata Donald Trump declarou guerra ao mundo...


No discurso raivoso e carregado de sarcasmo, Trump anunciou que, se eleito, os Estados Unidos “serão o país da lei e da ordem”. Pintou um quadro sombrio do país, como se estivesse engolfado em violência e crimes, e ele atribuiu esse estado de coisas aos imigrantes ilegais, “que estão esta noite andando por aí livremente ameaçando cidadãos pacíficos”. Ao lembrar do caso de uma garota assassinada recentemente, Trump disse que se tratava de “outra criança sacrificada no altar das fronteiras abertas”.

Trump prometeu proibir a imigração de cidadãos oriundos de países “expostos ao terrorismo” e que não o combatem. “Só vou admitir a entrada em nosso país de pessoas comprometidas com nossos valores e que amem nosso povo”, avisou, reafirmando sua promessa de construir um muro para impedir a entrada de “gangues” e “traficantes”. Disse que a política de imigração proposta por seus adversários, que supostamente permitirá uma “imigração em massa”, vai superlotar hospitais e escolas, tirar empregos e atirar ainda mais pessoas na pobreza.

Sobre sua adversária, Hillary Clinton, que foi secretária de Estado, Trump resumiu assim o que chamou de “legado” da democrata: “Morte, destruição, terrorismo e fraqueza”. Antes dela, Trump disse, não havia Estado Islâmico, o Egito era “pacífico”, a violência no Iraque estava tendo uma “grande redução”, a Síria estava “sob controle” e a Líbia era “estável”. Graças aos “maus instintos” de Hillary, atacou Trump, a realidade hoje é outra...

De opinião, ESTADÃO

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Dois ministros, "erroneamente", de acordo com interlocutores do presidente, trataram com desdém os detidos...


A demora na prisão dos dois últimos integrantes do grupo de 10 suspeitos de terrorismo nos Jogos Olímpicos do Rio que estavam faltando provocou uma “apreensão” no governo do presidente interino Michel Temer. O Palácio do Planalto, em Brasília, sabe que esse fato poderá ser entendido como “perda dos alvos”, que seria “a pior das mensagens” que se poderia passar para o mundo.

Outro fator de descontentamento no palácio foram as duas entrevistas concedidas pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e uma outra do ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante o dia. Os dois ministros, “erroneamente”, de acordo com interlocutores do presidente, trataram com desdém os integrantes do grupo “Defensores da Sharia”, classificando-os de “amadores” e “sem preparo”.

Assessores presidenciais lembraram que pessoas que praticam atos terroristas não precisam de nenhum treinamento maior pois atentados como estes são executados por pessoas que primam pelo radicalismo e até desequilíbrio. Também não foi bem recebida a insistência do ministro em dizer que o risco de atentado “é mínimo”, quando ele deveria ter se limitado a falar das preocupações com o fato e da atenção que o governo está dando à questão.

Outra queixa foi o fato de Alexandre de Moraes dizer que o Brasil não é alvo, mas por causa da Olimpíada do Rio se transformou em palco de atentados. Em relação a temas como este, na avaliação destes interlocutores, quanto mais falar, pior. A repercussão no mundo sobre estas prisões também deixou o governo preocupado.

De Estadão Conteúdo, VEJA

domingo, 17 de julho de 2016

Será que a Dilma volta...


Gostaria de saber se existe alguém com um pouco de tutano na sua quenga, e uma migalhinha de consciência, para que possa acreditar na volta triunfal da presidente afastada Dilma Rousseff ao poder, e que venha a retomada dos trabalhos que deixou por fazer, e olha que não quero nem imaginar o que ela realmente deixou de fazer, pois o que tem feito nesses últimos anos já nos dá uma ideia cabeluda do que poderia ser. Olha que vocês estavam enganados, pois ela não pedalou, não fez quaisquer operações de crédito com bancos públicos, não assinou os malfadados decretos sem a autorização do Congresso.

É muita persistência e falta de criatividade achar que presidente Dilma um dia subirá novamente pela rampa do Palácio do Planalto para trabalhar, e na minha opinião acho que esta senhora está mais próxima de uma pequenina sala de um cômodo só, de que um salão presidencial, a seu favor é que estará sempre bem guardada.


Não vejo porque está lamentando o seu destino pois por seus atos a vida de milhões submergiu pra escuridão, o desacerto, a falta de perspectiva, desfalcada de futuro, com exceção da sua é claro.

De Julio Cunha

O capeta dentro do PDT


O senador Jefferson Peres (PDT-AM), falecido em 2008, foi um politico atuante tanto em prol dos interesses e das demandas do seu estado Amazonas como também em favor do povo brasileiro, pois foi um político exemplar e merecedor do nosso respeito, e que nos deixa órfão da sua presença, algo raro no meio político.

Imagino o quão possa, o memorável senador, estar triste, se é possível no mundo espiritual, ao tomar conhecimento da invasão que sofreu seu partido por figuras tão desclassificáveis e desprezíveis neste momento político que passamos. E para piorar a coisa o desocupado Ciro Gomes é o vice-presidente nacional do partido. Ai só o capeta aguenta.

De Julio Cunha

Os vendedores de vento


Lula e Dilma, duas faces de uma mesma moeda que vale cada vez menos na escala da credibilidade política, partiram para o devaneio como arma de conquista. Nos últimos dias, mergulharam num festival de declarações histriônicas e sem vínculo com a realidade, bem ao estilo de quem pensa que pode ganhar qualquer disputa na base do grito. Lula passou a debochar da Operação Lava Jato, considerada um “carrapato” que incomoda, segundo sua classificação. “Isso incomoda como uma coceira. Já teve carrapato?”, ironizou ele. “Eu duvido que se ache um empresário a quem eu pedi R$ 10”. As investigações já acharam vários que declararam e demonstraram demandas de auxílio ao ex-presidente. Mas as evidências não interessam a ele. Muito menos os testemunhos que o colocam cada vez mais no centro do petrolão. Lula almeja e busca com persistência embaralhar versões a seu favor. Arrota valentia. Apela a digressões. De uns tempos para cá seus movimentos traíram a couraça de destemido, deixando escapar sinais latentes de desespero. O líder do PT tenta a todo custo escapar do cerco de Curitiba. Desqualifica o trabalho do juiz responsável, Sergio Moro. Abarrota os escaninhos do Supremo com petições pedindo o deslocamento de seus processos para outra esfera legal. O medo da prisão iminente, dele e de seus familiares, o atormenta. Nos grotões do nordeste, para onde seguiu na semana passada à procura de incautos que se iludem com suas prosopopeias e caem em crendices – como a de que os escândalos de desvios não passaram de armações para destruir o PT -, Lula armou seu show. “Política é que nem uma boa cachaça, você começa e não quer parar… se eles não sabem governar sem privatizar, eu sei”, provocou. Em Juazeiro, na Bahia, Petrolina, Carpina e Caruaru, em Pernambuco, chapéu de couro na cabeça a criar identidade com os locais, desafiava como paladino da moralidade seus moinhos de vento: “se eles quiserem reduzir os direitos do povo brasileiro a pó, eu digo, não me provoquem!”. Lula alegou ficar “P.” da vida com seus detratores. Impropérios à parte, ele cantou vantagens a torto e à direita. Disse que derrotar o impeachment está mais fácil. Que o governo interino vai vender o patrimônio do País. Satanizou adversários. Repetiu a tática da propaganda enganosa. Ali valeu de tudo.

Foi o script seguido à risca e no mesmo tom pela pupila e presidente afastada, Dilma Rousseff. Quem recorda seus antológicos deslizes verborrágicos e promessas vazias, sabe que ela não tem o mesmo dom de convencimento do padrinho. Afinal, a confusão de ideias que já ocupou suas análises sobre vento estocado, mandioca, mulher sapiens ou provas nas nuvens, só não é maior que as lorotas que ela insiste em contar para se manter no poder. Agora diz que será possível governar sem o Congresso. Que irá passar emendas automaticamente, “sem precisar de projeto de lei”. Dilma afirma que “mulher não cede, não renuncia”. Que Temer quer interromper o “Minha Casa, Minha Vida”, o “Bolsa-Familia”, o Pronatec…, que o governo interino “é a cara do Eduardo Cunha” e que “quando voltar” muita coisa vai mudar. Quem hoje dá ouvidos ou crédito ao que ela alardeia? Dilma estabeleceu que a Câmara dos Deputados tinha de votar em alguém que fosse contra o impeachment. Outorgou ao seu ex-ministro, Marcelo Castro, a prerrogativa de concorrer com apoio da bancada petista. Experimentou nova e fragorosa derrota. Mas, mesmo assim, sem constrangimento, pregou que as pedaladas, por exemplo, são um problema menor. No mundo real, o Ministério Público, em mais um front de ataque à dupla do barulho, notificou Lula para que ele explicasse por que o Banco do Brasil guardava objetos valiosos de sua propriedade. Dilma, por sua vez, teve que amargar duras considerações do TCU e do MPF sobre seus crimes. Fatos que seguem, apesar das tonitruantes negações de seus responsáveis.

De Carlos José Marques, ISTOÉ

Apesar de assumir a autoria do massacre em Nice, é preciso cautela: o EI costuma se gabar de crimes que não cometeu


O Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado em Nice, o segundo pior atentado terrorista na história da França, que deixou ao menos 84 mortos e 202 feridos na noite de quinta-feira (14). Por meio de um comunicado, a agência de notícias Amaq, uma espécie de imprensa oficial do EI, disse que o tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel, de 31 anos, identificado pelas autoridades francesas como a pessoa ao volante do caminhão, era "um soldado do Estado Islâmico e lançou o ataque para atender aos chamados para atacar os cidadãos dos países que fazem parte da coalizão internacional que combate o Estado Islâmico".

Também no sábado, o Grupo de Inteligência SITE, que monitora comunicações jihadistas, disse que o Estado islâmico tinha oficialmente reivindicado a responsabilidade em um boletim de notícias em sua estação oficial de rádio, Al Bayan, e fez uma ameaça aos países que integram a coalizão internacional que ataca o EI na Síria e no Iraque: "fiquem alertas, países cruzados, vocês não estão seguros".
...
Mas o Estado Islâmico tem, de fato, alguma ligação com o atentado em Nice? O comunicado do Estado Islâmico foi recebido com cautela pelos especialistas em terrorismo.Apesar do ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, ter dito neste sábado (16) que o autor do ataque em Nice "parecia ter se radicalizado muito rapidamente", os serviço de Inteligência francês ainda não deu provas de como ele se radicalizou. O perfil de Bouhlel não casa com o de jihadistas usuais, a não ser pelo desequilibrio psicológico evidente. Além disso, os espécialistas em jihadismo afirmam que o Estado Islâmico, muitas vezes, assume a responsabilidade pela violência levada a cabo em seu nome mesmo quando não havia nenhuma indicação de que a rede terrorista teve qualquer papel direto no planejamento ou execução dos ataques. Ao contrário da al-Qaeda, o Estado Islâmico apoia e incentiva que indivíduos sozinhos cometam assassinatos indiscriminados dos cidadãos de países que considera inimigos.
...
O encolhimento territorial (do Estado Islâmico) parece ser inversamente proporcional à capacidade do grupo em causar estrago com relativa pouca infraestrutura em diferentes países. Isso porque o Estado Islâmico é o principal patrocinador deste novo tipo de terrorismo, que usa extremistas isolados ou em grupos pequenos para cometer atrocidades contra pequenos alvos com grande concentração de pessoas. Chamados de “lobos solitários”, privilegiam ataques contra alvos civis como cafés e supermercados, comandados por grupos de no máximo cinco terroristas. São ações mais fáceis de concretizar, que aterrorizam a população, geram publicidade e são difíceis de detectar.
...
No caso de Nice, parece ainda mais estranho que o grupo tenha, de fato, algum envolvimento. Autoridades francesas já disseram que Mohamed Lahouaiej Bouhlel não estava no radar dos serviços de inteligência. e não figurava na chamada Lista S, do Diretório Geral de Segurança Interna da França, de pessoas que teriam ligação com radicais islâmicos ou estariam em processo de se radicalizar e, por isso, são monitoradas. Também não parece ter seguido a cartilha usual dos lobos solitários, de jurar fidelidade antes, durante ou depois de atacar. As investigações, até o momento, mostram que Bouhlel também não tinha o perfil usual dos jihadistas. Bouhlel gostava de bebidas alcoólicas, haxixe e usava bermudas com frequência - costumes no mínimo atípicos para um jihadista. Não tinha contatos com radicais islâmicos conhecidos, nem viajou para países do Oriente Médio considerados celeiros de terroristas, como Síria e Iraque.
...
A estratégia para manter o povo em terror permanente, e para tirar dividendos de qualquer ataque cometido mundo afora, tem sido eficaz. Como escreveu Charlie Winter, que pesquisa violência e conflitos transculturais na Universidade da Georgia: "Não importa se a cobertura é negativa. Para o EI, desde que seja nos termos dos propagandistas e transmita uma suposta força e onipresença do grupo, qualquer aparição na mídia é uma boa aparição".

De Rodrigo Turrer, ÉPOCA

Dilma pretende usar dívidas do Atlético Mineiro, Flamengo e Corinthians em argumento a favor das pedaladas

A dupla de ataque está sendo cotada para assumir a Casa Civil e Fazenda
num eventual retorno de Dilma

GRANJA COMARY ─ O advogado José Eduardo Cardozo, que defende Dilma Rousseff no processo de impeachment, declarou, ontem, que pretende usar as finanças do Atlético-MG, Flamengo e Corinthians como argumento a favor da presidente afastada. O anúncio da estratégia levou pânico ao Planalto.

“Veja bem”, argumentou Cardozo. “O caso do Atlético mineiro, por exemplo. São 553 milhões de reais em dívidas. Mesmo assim, os caras vão lá, contratam o Robinho e o Fred, mas ninguém está falando em impeachment dos dirigentes. No futebol pode e na política, não?”

Quanto ao Corinthians, Cardozo lembrou que Andrés Sanchez ─ “cria do Lula, que nem a Dilma” ─ permaneceu à frente do clube por todo o mandato, apesar de, à época, a agremiação dever a jogadores, técnicos e empresários. “Se dívida nenhuma impediu a construção do Itaquerão, por que as pedaladas vão impedir que se atinja a meta fiscal?” Já o caso do Flamengo, enfatizou o advogado, é o mais emblemático: “O clube carioca deve 100 milhões de dólares desde quando ainda nem existia o dólar. E isso não o impediu de contratar o Adriano, o Ronaldinho Gaúcho e o Vagner Love.”

De blog, esporte, The piauí Herald

Seis anos depois de deixar o poder, petista convive com o descrédito político, o sumiço dos amigos e os inquéritos da Lava Jato


Às 7h50 da última quarta-feira, um segurança do ex-presidente Lula chegou ao Aeroporto Oscar Laranjeira, em Caruaru, no agreste de Pernambuco. Diligente, comunicou que um Gulfstream G200, avião executivo de luxo e alta performance, estava a caminho da cidade. Minutos depois, dois representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o vice-prefeito Jorge Gomes (PSB) estacionaram seus carros no local. Estavam apreensivos, porque não havia militantes para oferecer uma recepção calorosa a Lula. “Eles vão chegar. Pode ficar tranquilo”, disse um dos líderes do MST ao segurança, tentando amenizar a tensão. Uma hora mais tarde, só oito pessoas aguardavam o ex-presidente. “Vamos partir para o plano B. Acho melhor receber o Lula no hotel. Manda o pessoal para lá”, ordenou o guarda-costas. Em seguida, ele trancou a porta de entrada do saguão do aeroporto, que é público, para evitar que alguém fotografasse o deserto que aguardava Lula, aquele que já foi um dos políticos mais populares do mundo. “O cara”, como disse o presidente americano Barack Obama, numa ocasião em que se encontraram.

... Em seu último ano de mandato, Lula beneficiava-se do crescimento econômico, que atingiu 7,5% em 2010. Nem o céu parecia lhe servir de limite. “Se a gente continuar mais dez anos do jeito que está, daqui a pouco chega a Caruaru e pensa que está em Paris, em Madri, de tão chique.”

Caruaru continua Caruaru. Figura entre as doze piores cidades para viver no Brasil. E Lula deixou de ser Lula. Lidera no quesito rejeição entre os nomes cotados para disputar a Presidência em 2018... Enquanto estava no hotel, um militante rompeu o cerco de seguranças e tirou uma foto com Lula, mas a equipe do ex-presidente o obrigou a apagá-la. A imagem mostrava uma garrafa de uísque ao fundo. Não pegaria bem nas redes sociais, foi a justificativa apresentada.

Depois do evento, Lula saiu pela garagem, num carro com os vidros fechados, e percorreu um trajeto de apenas 400 metros até o trio elétrico que o esperava para um novo discurso. “Ele parece estar meio distante do povo, com um olhar desconfiado”, observou a funcionária pública Conceissão Pessoa. Em cima do trio elétrico Pantera Fashion, Lula discursou para 2.000 pessoas. Cinco ônibus, com capacidade para cinquenta passageiros, foram fretados por 1.000 reais cada um, pagos em dinheiro vivo, para postar a claque diante da estrela petista. A programação da semana passada, por exemplo, previa uma passagem pela cidade do Crato, no Ceará, onde ele receberia o título de doutor honoris causa da Universidade Regional do Cariri. A segurança fora informada de que estava sendo organizado um protesto de alunos contra a concessão da honraria. A visita foi cancelada.

De Thiago Bronzatto, de Caruaru, e Daniel Pereira, VEJA

Ricardo Barros rebate críticas a proposta de criação de convênios médicos de cobertura restrita e diz que paciente não perderá nada, só terá atendimento mais rápido


Há duas semanas o ministro Ricardo Barros divulgou a criação de planos de saúde populares com cobertura mais básica. A proposta foi criticada por especialistas em saúde pública. Segundo eles, a ideia não aliviará a falta de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), não agilizará o atendimento a pacientes com doenças mais complexas e poderá desorganizar o sistema e atrasar o início de alguns tratamentos.
...
Qual seria a cobertura desses planos populares e como isso impactaria no SUS?
Quanto mais pessoas tiverem pagando saúde suplementar, mais dinheiro teremos na saúde brasileira. Então, obviamente, quanto mais investimento na saúde, melhor resultado nós vamos ter. Só estou propondo flexibilização na regulação para que as empresas possam lançar no mercado planos com cobertura diferenciada e, evidentemente, preços interessantes...

De Fabiana Cambricoli, ESTADÃO

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Delator entrega aos investigadores as cópias dos cheques usados para pagar propina ao parlamentar petista (José Guimarães) que traficou influência no Banco do Nordeste


Quando prenderam o ex-vereador petista Alexandre Romano, no ano passado, os investigadores da Operação Lava Jato chegaram ao topo de um intrincado esquema de corrupção disseminado em diferentes áreas do governo federal. Como um autêntico lobista, Romano usava a proximidade com integrantes da cúpula do PT para abrir caminhos na burocracia estatal a empresários dispostos a pagar generosas "comissões" por contratos e privilégios na máquina pública.
...
Líder do governo da presidente Dilma Rousseff na Câmara, o petista José Guimarães também lucrou bastante ajudando os corruptos. Para desgraça de Guimarães e de seus colegas petistas que se locupletaram do dinheiro público, Romano, logo depois de preso, fechou um acordo de delação premiada. Uma das suas qualidades, agora se sabe, era a organização. Romano guardava notas fiscais, minutas de contratos e até cópias dos cheques que repassava aos corruptos a título de propina.

Romano contou aos procuradores do Ministério Público que o deputado José Guimarães havia usado sua influência política junto ao Banco do Nordeste para destravar um negócio milionário. Em troca, recebeu 95.000 reais de propina em dois cheques - um de 30.000 reais e outro de 65.000. Além de descrever o golpe e a participação de Guimarães, Romano apresentou a cópia do cheque. No canhoto do talão, ele registrou a natureza do gasto: "despesas gerais JG", de José Guimarães...

De Robson Bonin, VEJA.COM

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Planalto vê saída de Cunha como “melhor dos mundos”


Para o Palácio do Planalto, a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados e a convocação das eleições para a sua sucessão foram “o melhor dos mundos” na tentativa de driblar a crise econômica, com votação de medidas importantes pelo Congresso.

A ideia do Planalto é não interferir diretamente na escolha do sucessor de Cunha, principalmente porque todos os postulantes ao cargo, até agora, são de partidos da base do governo.

Aliados do presidente em exercício Michel Temer esperam que as candidaturas, que hoje somam 13, se afunilem. “Quem tiver capacidade de buscar o consenso em seu partido, sairá na frente, neste processo de sucessão, assim como o partido que tiver capacidade de aglutinar mais legendas em torno do seu candidato, certamente poderá liderar o processo”, disse um interlocutor direto de Temer, salientando que a hora é de “aguardar um pouco os acontecimentos para saber para onde a maré vai levar e vai esperar afunilar as candidaturas”.

No Planalto, a avaliação é de que “o momento do governo tem de ser de observação para que não saia “chamuscado ou até derrotado” nesse período. A intenção é ter tempo de sentir o pulso dos acontecimentos, aguardando as negociações dos partidos em torno dos nomes. “Há uma divisão muito grande entre os partidos da base aliada e, se o Planalto entrar opinando neste momento, pode acabar prejudicado”, disse outro interlocutor presidencial, lembrando que “o momento é de muita conversa, de muito diálogo”...

De Brasil, ISTO É

Após a renúncia, peemedebista entrou em franca campanha para emplacar um deputado que venha do centrão ao comando da Casa


Desde que foi afastado da presidência da Câmara dos Deputados, há dois meses, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vinha evitando mergulhar nas calorosas discussões que dominam um dos grupos de WhatsApp da bancada do PMDB, em que os congressistas dividem reportagens, compartilham opiniões e debatem diversos assuntos. Mas, horas após renunciar ao poderoso posto de comando da Casa, o peemedebista retomou a participação no aplicativo de mensagens para entrar em franca campanha pela escolha de um sucessor que venha do chamado "centrão", grupo de deputados sobre o qual mantém influência. Aproveitou ainda para alardear uma tentativa de "golpe" contra o presidente interino da República, Michel Temer.

Enquanto os líderes partidários se reuniam para definir a data da eleição do novo presidente da Câmara, na tarde desta quinta-feira, Cunha disparava mensagens defendendo celeridade na votação. Nos bastidores, o esforço era para que a sessão acontecesse no mesmo dia em que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se debruçaria sobre os recursos ingressados por ele para tentar reverter o processo de cassação - e, diante da iminente derrota, o caso poderia ser levado ao plenário já na próxima semana, a última antes do início do recesso parlamentar. "Marcar segunda não é ruim porque obriga a resolver", afirmou. A sessão da CCJ acabou sendo alterada para terça-feira - e, do mesmo modo, os líderes anteciparam a votação para esse dia, o que deve impedir a votação e dar sobrevida a Cunha, que é réu em dois processos no Supremo Tribunal Federal e alvo de um pedido de prisão...

De Marcela Mattos, VEJA

segunda-feira, 4 de julho de 2016

'Se conseguir colocar País nos trilhos em dois anos e meio, já basta', diz Temer


O presidente da República em exercício, Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira (4) que seu objetivo é "colocar o Brasil nos trilhos em dois anos e meio", caso seja ratificado no cargo após a votação final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado, marcada para agosto. Temer participa nesta segunda da cerimônia de abertura do Global Agribusiness Forum 2016 (GAF 16), em São Paulo.

"Se conseguir isso, já basta", disse o presidente em exercício. "Após agosto pretendo viajar a vários países para incentivar o investimento no Brasil. Para recuperar emprego é preciso confiança, que gera investimentos", comentou. Para ele, o investidor externo está aguardando a definição política para voltar a investir no País.

Temer aproveitou o evento para falar sobre o aumento dos gastos para o funcionalismo público, o qual, segundo ele, já estava contemplado no orçamento deste ano, que prevê déficit de R$ 170,5 bilhões. "O aumento do funcionalismo já estava negociado e é abaixo da inflação. Se não déssemos ajuste já negociado, movimentos políticos cobrariam. Seria desastroso", disse, frisando que o governo ainda está em "contenção forte" de gastos.

Para finalizar, Temer voltou a dizer que manterá os programas sociais. "Enquanto houver pobreza, precisamos do Bolsa Família e do Minha Casa Minha Vida. O primeiro dos direitos sociais é o emprego." Além disso, Temer fez um afago ao agronegócio nacional, dizendo que o Brasil "é o grande celeiro do mundo" em termos de produção de alimentos...

De estadão, JORNAL DO COMÉRCIO

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Presidente interino devolveu as funções administrativas dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica


O presidente da República em exercício, Michel Temer, assinou nesta sexta-feira um decreto que devolve funções administrativas aos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, como transferir para a reserva oficiais, promover agentes a cargos superiores e indicar capelães militares. Conforme havia sido noticiado pelo Radar On-line, a medida revoga o decreto assinado pela presidente afastada Dilma Rousseff, em setembro de 2015, que retirava dos militares a competência para atos relacionados à instituição e os delegava ao então ministro da Defesa, Jacques Wagner.

Na época, Dilma formalizou o decreto sem consultar as três Forças Armadas, que receberam a notícia com reserva e incompreensão, criando desconforto entre o Planalto e os militares. Com a revogação, Temer busca se aproximar de setores que se desentenderam com Dilma.

Em cerimônia fechada com representantes da cúpula militar, o presidente interino aproveitou a ocasião para dizer que é preciso "democratizar o Brasil". "Precisamos democratizar e reconstitucionalizar o país", afirmou. Além dos comandantes das Forças Armadas, os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Justiça, Alexandre de Moraes, também participaram da cerimônia no gabinete presidencial.

Da redação, VEJA